segunda-feira, outubro 23, 2006

QUALQUER SEMELHANÇA COM A REALIDADE...


Todos os dias, a Formiga chegava cedinho à oficina e desatava a trabalhar. Produzia e era feliz. O gerente, o Leão, estranhou que a Formiga trabalhasse sem supervisão. Se ela produzia tanto sem supervisão, melhor seria supervisionada. E contratou uma Barata, que tinha muita experiência como supervisora e fazia belíssimos relatórios. A primeira preocupação da Barata foi a de estabelecer um horário para entrada e saída da Formiga. De seguida, a Barata precisou de uma secretária para a ajudar a preparar os relatórios e contratou uma Aranha que, além do mais, organizava os arquivos e controlava as ligações telefónicas. O Leão ficou encantado com os relatórios da Barata e pediu também gráficos com índices de produção e análise de tendências, que eram mostrados em reuniões específicas para o efeito. Foi então que a Barata comprou um computador e uma impressora laser e admitiu a Mosca para gerir o departamento de informática. A Formiga de produtiva e feliz, passou a lamentar-se com todo aquele universo de papéis e reuniões que lhe consumiam o tempo e não a deixavam fazer aquilo que ela melhor sabia! O Leão concluiu que era o momento de criar a função de gestor para a área onde a Formiga, operária, trabalhava. O cargo foi dado a uma Cigarra, cuja primeira medida foi comprar uma carpete e uma cadeira ortopédica para o seu gabinete. A nova gestora, a Cigarra, precisou ainda de computador e de uma assistente (que trouxe do seu anterior emprego) para ajudá-la na preparação de um plano estratégico de optimização do trabalho e no controlo do orçamento para a área onde trabalhava a Formiga, que já não cantarolava mais e cada dia se mostrava mais enfadada. Foi nessa altura que a Cigarra, convenceu o gerente, o Leão, da necessidade de fazer um estudo climático do ambiente. Ao considerar as disponibilidades, o Leão deu-se conta de que a Unidade em que a Formiga trabalhava já não rendia como antes; e contratou a Coruja, uma prestigiada consultora, muito famosa, para que fizesse um diagnóstico e sugerisse soluções. A Coruja permaneceu três meses nos escritórios e fez um extenso relatório, austero, em vários volumes, que concluía:
- "Há muita gente nesta empresa!"
Adivinhem quem o Leão começou por despedir? A Formiga, claro, porque "andava muito desmotivada e aborrecida".

. . . . . + . . . . .

Qualquer semelhança com a realidade, é pura coincidência...

[gentilmente roubado num e-mail de passagem e colado aqui com cuspe!]